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Deixem-me falar-lhes sobre a minha vida... Carlos Santos
Nasci em S. Tomé e Príncipe, no distrito de Água Grande. A minha família era pobre mas, naquele tempo, ainda no período colonial, não havia falta de alimentos, embora o dinheiro não fosse suficiente para muitas roupas e brinquedos. Na quinta Claudino Farro, longe da cidade, onde o meu pai era capataz, a estrada não era asfaltada: apenas terra esburacada. Durante a semana, um tractor recolhia o cacau e outros produtos agrícolas. Para sair de lá, era necessário viajar durante cerca de 12 horas. Às vezes, nadava no rio, desfrutando de um bom banho e apanhando alguns camarões. Gostava de sentir aquele cheiro de ar fresco, aquela paisagem verde e virgem! Havia um pequeno jardim à beira da casa onde se plantava um pouco de tudo para as nossas refeições diárias. Às vezes, nos meus pensamentos, ainda vejo o meu pai vestido como um militar da cabeça aos pés. Com um facão e um gancho nas mãos, constantemente media e supervisionava o trabalho no mato. Não havia nenhum médico ou hospital na fazenda, mas somente um posto de primeiros socorros. Estas foram as nossas condições de vida até aos meus seis anos. Por essa altura, comecei a pedir coisas que, na época, os meus pais não me podiam comprar: um triciclo, uma bicicleta, brinquedos caros. Ainda hoje me lembro da alegria que senti quando o meu irmão fez a minha primeira scooter a partir de madeira de amoreira e rolamentos. Durante a minha ida diária para a escola, frequentemente encontrava carros danificados e, nesses momentos, para mim, um mecânico era como um cientista. Os mecânicos eram os homens mais inteligentes do mundo! E foi então que eu me apaixonei por sistemas mecânicos de automóveis. Agora, trabalho como mecânico, fazendo reparos e manutenção de motores e sou uma pessoa feliz.
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